Título original: Procura-se um Marido Autora: Carina Rissi Ano: 2012 Páginas: 474 Editora: Verus
Alicia sabe curtir a vida. Já viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louca pelo avô, um rico empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família. Após a morte do avô, ela vê sua vida ruir com a abertura do testamento. Vô Narciso a excluiu da herança, alegando que a neta não tem maturidade suficiente para assumir seu império – a não ser, é claro, que esteja devidamente casada. Alicia se recusa a casar, está muito bem solteira e assim pretende permanecer. Então, decide burlar o testamento com um plano maluco e audacioso, colocando um anúncio no jornal em busca de um marido de aluguel. Diversos candidatos respondem ao anúncio, mas apenas um deles será capaz de fazer o coração de Alicia bater mais rápido, transformando sua vida de maneiras que ela jamais imaginou. Cheio de humor, aventura, paixão e emoções intensas, Procura-se um marido vai fisgar você até a última linha.
Deixe-me começar pela minha opinião de fato: contrariando basicamente todas as pessoas que o leram, eu não gostei dele. Não, você não leu errado. Eu realmente não gostei. Para começar, a razão pela qual eu li esse livro foi porque já tinha lido Perdida e, embora tenha gostado, tive opiniões acerca da história que divergiam da maioria. Quis fazer um segundo teste e resolvi ler o 2° livro da Carina Rissi, em minha sincera opinião ela devia ter parado no primeiro. A característica de escrever personagens imaturas parece ser um fato marcante – e apesar de ela ser taxada como imatura no início do livro, em minha opinião, ela não melhorou tanto assim – e dessa vez, diferente da autenticidade da história de Perdida, o que encontrei aqui foi um espetáculo de clichês. Eu gosto muito de romances, e na maioria das vezes não me oponho a um clichê ou outro, principalmente quando os personagens me cativam. Mas, infelizmente, dessa vez eu me importei bastante.
Ao invés disso, ela encontra Max, ninguém mais que o cara sexy, alto, lindo de morrer e com músculos bem definidos que trabalhava na empresa de seu avô. Sem querer comentar a forma como eles se conheceram – trombando um no outro, really? -, o marido ideal para Alicia era um cara que tinha sido rude e mal educado, mas na verdade se transformou em um verdadeiro príncipe encantado. Claro. A verdade é que Alicia melhorou como pessoa depois que eles se casaram. De fato, o cotidiano um do lado outro mudou o relacionamento deles. Na realidade seria bem difícil de acontecer – quem nunca ouviu dizer que o cotidiano é o que estraga o casamento? – Mas aqui, deu a oportunidade para eles se conhecerem melhor e para se aproximarem.
Max era uma incógnita para mim. Às vezes, como naquele momento, me tocava sem que eu precisasse recorrer a subterfúgios. Em outras, dava mais trabalho que cabelo alisado com chapinha em dia de chuva.
– Não. É ruim quando você não vai para o mesmo lugar que eu, e sou obrigada a enfrentar o ônibus.
Deslumbrada, vi seus lábios se esticarem e se curvarem num sorriso sobre os dentes perfeitos, os olhos brilhando feito caleidoscópios, fazendo meu pulso acelerar. – Então não vá para longe de mim, Alicia.
É aqui que eu paro e faço o que você, leitor que ainda não leu o livro e leitor que leu e amou e teve coragem de ler minha resenha até aqui – Parabéns J -, não estava esperando: eu elogio o livro. Exato, não, você não leu errado. O ponto alto do livro para mim foi o relacionamento de Alicia com seu avô e os diálogos entre eles durante o livro. Mesmo considerando o fato de que, para uma neta tão prendada, ela diz que o odeia logo após a sua morte – não resisti a mais uma alfinetada -, o fato é que Alicia sentia por ele um amor de filha e eu me identifico com isso. Meu próprio avô foi uma figura muito importante na minha vida e insubstituível, um pai, mais do que isso até, e por isso eu compartilho e entendo a dor dela, porque meu avô também faleceu. Neste ponto, a autora acertou.
– O que eu sinto por você é… outra coisa. É … hã …é como…se eu estivesse me afogando e de repente conseguisse encontrar a superfície.
– Como se estivesse à beira de um precipício sem proteção alguma, mas não resistisse e saltasse. – Exatamente! – Como se estivesse faminto por décadas e finalmente pudesse saciar a fome. Como se descobrisse que o que move o universo não são as energias cósmicas, mas os pálidos olhos azuis no rosto de uma menina-mulher.