
ATENÇÃO:
A resenha a seguir contém alguns quadrinhos retirados do livro, mas não há spoiler.
Katie era uma talentosa chef de cozinha que há quatro anos havia montado um restaurante com alguns amigos: o Repeteco. Naquela época, o restaurante era sua cara e ela se sentia feliz com a realização, mas agora que ela beirava os 30 anos, seu sonho era montar um lugar diferente e que carregasse seu nome.
Ocorre que o prédio escolhido por Katie, apesar de ter muito potencial, era velho – lê-se: tinha muitos, muitos problemas que demorariam a serem resolvidos antes da inauguração do restaurante – e, por isso, a garota andava muito estressada e sentindo-se presa ao Repeteco, já que ela até mesmo alugava um quarto naquele prédio para não ter gastos altos.
Sabe aquele acontecimento na vida que a gente tem uma vontade enorme de mudar? Seja o corte de cabelo, o lado da cama, a faculdade ou o emprego? Pois é. Depois que o relacionamento de Katie e Max havia terminado, ela estava enlouquecida para ter seu próprio canto – que, pra uma chef de cozinha, obviamente significa ter seu próprio restaurante. E aí foi em uma noite qualquer, no seu quartinho em cima do Repeteco que algo estranho aconteceu.
A Lis – esse estranho e misterioso espírito do lar – desapareceu da mesma maneira que apareceu e foi só no dia seguinte, quando várias coisas deram errado, que Katie lembrou daquela garota na cômoda e achou um embrulho na gaveta, que poderia ser a chance de mudar aqueles acontecimentos: um repeteco.
Porém, como bem aprendemos nos livros e filmes sobre o assunto, mudar o passado nunca acaba bem! Com a ajuda de Hazel – uma funcionária do Repeteco que estranhamente deixava roupas e comida para Lis, sem saber que ela existia mesmo -, Katie tem que se virar pra tentar desfazer todo o rolo que fez comendo vários cogumelos.
Repeteco é uma graphic novel linda, linda. Os desenhos e a coloração me fascinaram demais e a história ficou ainda mais interessante nesse formato. A narração é bem-humorada, a amizade entre Katie e Hazel é fofa demais e a única coisa descartável é o relacionamento de Katie e Max, que sinceramente, poderia nem existir, mas já que existe né…?
A Companhia das Letras está de parabéns por trazer esse livro para o Brasil. Bryan Lee O’Malley é um autor diferenciado e espalhou alguns de seus personagens da série Scott Pilgrim (já lançado aqui pela editora) nos desenhos da Katie, mas não diga que eu contei! Não poderia deixar de elogiar a tradução de Érico Assis, a começar pela sacada (difícil) do título. E bom… Depois de ter passado por muita loucura, aposto que se a Katie fosse dar um conselho seria esse: não coma cogumelos – se é que me entende!
1 Comentário
E, assim, Katie ganha um repeteco na vida e precisara lidar com as consequencias de suas melhores intencoes. E eu achando q chegaria no Brasil com um nome do tipo Segundas Chances ou algo parecido Ainda bem q o titulo nao influi na leitura.